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Negroni!

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  Se existe algum lugar mais propício para histórias dramáticas do que um bar de hotel já no seu fim de noite... Eu desconheço! Próximo das 23:30, uma mulher de aparência jovem, eu chutaria uns 24 ou 25 anos sentou-se ao balcão. Olhos um pouco avermelhados, talvez aqueles olhos que ficamos após chorar.  Fiquei ali, próximo apenas. Ela me olhou, acenou e disse: Garçom! - Cara, nada contra, mas odeio ser chamado assim Olá, o que vai querer? Pergunta padrão, sem querer parecer intimista, nem curioso. Eu gosto muito de beber um belo Negroni... Mas a será que a vida já não me trouxe amargor o suficiente? Um belo Negroni também vai te trazer notas doces e cítricas.  O bastante para compensar uma separação? Antes de responder, pensei: Vez por outra sempre temos alguma pessoa que deseja engarrafar sua dor. Como numa tentativa de fugir da realidade através do sangue que se destila lentamente no álcool. Mas, se é diante das dificuldades em que devemos ser o mais racional possível, então por quê

🍸

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  Peguei a comanda e li: 1 Vesper Dry Martini - Batido e não mexido! Que satisfação! Peguei o Gin, a Vodca e o Lillet. Adcionei gelo e comecei o shake na coqueteleira. Durante o processo, me veio na cabeça... Já pensou, nós dois  como numa coqueteleira Juntinhos, pois se misturando a vida inteira?

(ER)Rei Leão

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  O que eu faço em minhas noites de folga? Fácil, vou para algum bar em que trabalho e bebo um drink. E então, em mais uma noite dessas... Estava eu, tomando meu clássico Tom Collins no balcão, papeando com os bartenders, jogando conversa fora quando sentou no banco ao lado uma cliente. Bem vestida, de camisa. Rosto sério, parecendo uma executiva, do tipo que não se conquista somente com solos de guitarra. Em uma das mãos o celular, em outra um tablet. Soltou tudo no balcão e pediu uma Margarita. Enquanto ela ajeitava suas coisas, manda aúdio, ao que parecia, resolvendo tarefas de trabalho.  Eis que aquela linda taça de borda crustrada no sal chegou. Ela deixou ali próximo a ela e voltou a se concentrar em alguma coisa no seu tablet. Bebia olhando para a tela, expressão facil séria. Parava, pegava o celular, ouvia alguma coisa, bufava de raiva e voltava a mexer no tablet. Em mais um desses ciclos, ela deixou escapar um daqueles pensamentos altos... Não é possível! Estou cercada de idio

Simpatia

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  Vez por outra, pego alguns freelances. Complementa a renda, sempre agrega com novas experiências e claro, se diverte bastante. Ah e não posso deixar de mencionar que rende muitas histórias... Estava trabalhando como barman de uma despedida de solteira. A noiva havia pedido um tema tropical, logo, preparei um menu com Mojitos, Piña Colada e Coronitas... E começamos tudo muito divertido. As meninas bebiam, davam risada, todas muito educadas. Me senti bem a vontade e fui tratado com todo o respeito.  Eis que chega uma das convidadas: Oi, é... Ah! Como é seu nome? Isso já é diferente. Apesar de fazerem os pedidos de forma educada, ninguém até então havia me perguntado o nome. Pode me chamar de Lual , respondi sendo o mais simpático possível. O que vai querer? Oi Lual, me faz uma Coronita por favor? É claro! Iniciei o mix de tequila, açucar e limão e vi que ela olhava atenta. Preparei o copo e quando virei a garrafa dentro do copo ela achou o máximo! Uau, que legal! Voltarei logo para ped

Perigoso, como o álcool

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  Ah... Aqueles últimos 15 minutos do expediente... Hoje não foi um daqueles dias cheios, acho que encerraremos mais cedo. Eu já percebia que o bar caminhava para seus últimos clientes, olhei de canto para Isabela, nossa garçonete, e em segundo entendemos que já podíamos começar aquelas primeiras arrumações. Subir umas cadeiras, iniciar uma limpeza inicial, essas coisinhas... No meio da arrumação final, estava eu lavando as coqueteleiras enquanto Isabela estava organizando as bandeijas. Eis que ela puxou papo: Você parece gostar muito do que faz né!? Olhei pra ela, sorri e respondi: Sim, acho que é aonde eu melhor me encontrei. Bebe uma cerveja comigo? Essa me pegou de surpresa. - Pega lá uma garrafa, e uma mesa, vou pegar dois copos. Não consigo precisar o tempo que passamos conversando. Talvez 15 minutos, talvez 1 hora... Falamos sobre como chegamos neste ponto da vida. Trabalhamos, voltamos para casa, dormimos, pagamos os boletos e seguimos dentro deste ciclo. Já parou para pensar c

Bendito seja o álcool

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  Ah... Os dias com pouco movimento... É muito divertido observar de longe os clientes, principalmente quando algum deles pede algo específico. Por exemplo: Vê aquele homem alí? Todo de preto, barba longa e bem cuidada. Cara de motociclicsta americano... Quando entrou ao bar, se aproximou do balcão e me disse com uma voz grossa: - Hei chefe, um Stone Sour por favor. - É claro! Como o deseja? - Whiskey, montado! Não se pode achar que um homem como esse tenha pouca experiência de vida. Um drink aonde equilibramos o amargo e azedo às 19h de uma Terça feira não é tarefa para qualquer pessoa. Prontamente o entreguei, ele pegou seu copo e se dirigiu para uma mesa. A mesma que ainda está. Entre um gole e outro, ele olha para o celular. Aguardando alguma mensagem? Criando coragem para enviar talvez? Lá de sua mesa ele acena "Mais um". Deixa comigo. Preparei e levei pessoalmente. - A semana começou dura? Ele sorriu - Quantos desses são necessários para preencher vazios da alma? Nossa,